sexta-feira, 11 de julho de 2014

Etapa 26: El Acebo - Ponferrada (06/07)

Acordar com canto gregoriano é ótimo! Foi assim que Sr. Miguel nos despertou pela manhã, que misturava a música ao som da chuva.
Tomei meu café da manhã e recebi do querido Miguel um papel azul, com o pedido para que eu o abrisse  somente em Santiago. Meia hora depois, ele já havia mudado de ideia e a "ordem" era: 'leia aqui e em Santiago'. Não me lembro do título do texto que ele me entregou, mas sei que é importante e contém uma linda oração agradecendo a Deus meus passos peregrinos. Ao me despedir do Sr. Miguel, tanto ele quanto eu choramos. Essa é a segunda vez que choro por 'fazer tchau' para alguém. A primeira foi por Fabienne.
Comecei minha caminhada, entre montanhas, na companhia de Yasuo, um jovem japonês que está há dois meses no caminho, tendo começado na França, bem longe da cidade francesa  onde comecei. Ele já tem mais de 1.200km percorridos. Me contou sua história, perguntou muito da minha e do Brasil e me pediu para fazer uma entrevista comigo. Ele está sendo subsidiado por uma companhia japonesa para escrever artigos encorajando jovens japoneses a viajarem fora do Japão, e  me disse que isso não ocorre muito em seu país.
Quando a chuva engrossou muito, chegamos a Molinaseca e sentamos para esperar, com chá e entrevista.
A chuva melhorou e seguimos até Ponferrada. Eu gostaria de continuar e Yasuo foi em direção ao albergue municipal. No meio do caminho e em meio à indecisão de prosseguir ou não, me dirigi, também, ao albergue. O hospitaleiro que me recebeu disse para eu ficar, pois o próximo povoado estava a 12km dali e estava chovendo muito. A contragosto, fiquei... Queria muito caminhar um pouco mais para chegar mais perto de Santiago.
Passei a tarde escrevendo, dei um giro na cidade, comi, mas ainda assim não estava contente em ficar em Ponferrada.
Às 20h fui à missa em frente ao albergue e no final recebemos a bênção peregrina.
Estava saindo, e uma mulher veio falar comigo. Marilene, brasileira, me convidou para um café que se transformou em visita à sua casa, com petiscos e um bom vinho alemão.Ela e  seu marido, Martin,  também são peregrinos e hospitaleiros voluntários. Em meio a tanta conversa veio o convite de Martin para conhecer Las Médulas, a maior mina a céu aberto do Império Romano.
Claro que não disse não. Topei na hora. Assim, marcamos de eu encontrá-los amanhã na casa deles entre 8h e 8:30h, tomarmos café juntos, visitarmos as minas e depois eu decido se seguirei caminho para 'ficar mais perto de Santiago'. Ultreia  :)

A chuva não estragou a paisagem

Yasuo, albergue municipal e a cidade de Ponferrada



Um comentário:

  1. Essa descida é punk, ainda bem que optou em andar pouco esta etapa.
    Acompanhando seu belo Caminho.
    Ultreya!

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